
"É amanhã dia 1 de Agosto e tudo em mim é um fogo posto..." Xutos & Pontapés in 1º Agosto
"... solos de guitarra distorçidos e compridos fincaram a garra na cera dos meus ouvidos..." Reportér Estrábico in Malditos Headphones
Voltam em 2007 os Interpol para nos apresentarem Our Love To Admire um album composto de grandes canções ao nivel do que a banda nos teem habituado nos discos anteriores. Pioneer to the Falls logo a abrir, Heinrich Maneuver, o single ou Pace Is the Trick são bem exemplo disso, de como a banda que passou recentemente por Portugal, tenta evoluir musicalmente sem nunca deixar de parte as referências que trás desde o seu primeiro registo. Aliás qualquer das faixas de Our Love To Admire não destoariam se estivessem incluidas em qualquer dos albuns anteriores da banda.
Encosta-te a mim
Encosta-te a mim, nós já vivemos cem mil anos
encosta-te a mim, talvez eu esteja a exagerar
encosta-te a mim, dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou, deixa-me chegar.
Chegado da guerra, fiz tudo p´ra sobreviver
em nome da terra, no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem, não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói, não quero adormecer.
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.
Encosta-te a mim, desatinamos tantas vezes
vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.
Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.
Lá rumei mais uma vez ao Parque Tejo e enquanto estacionava o carro num parque ainda quase deserto ouvi na rádio a noticia que não queria ouvir... The Rapture tinham cancelado a sua actuação e os concertos começariam uma hora mais tarde.
A tarde começou com Mundo Cão e Linda Martini que dado as circunstâncias puderam actuar numa hora mais tardia, para mais publico e mais tempo do que estaria previsto. As duas bandas nacionais como seria de esperar aproveitaram a oportunidade e apresentaram os seus albuns de estreia a um publico que começa cada vez mais a gostar e a conhecer as novas bandas nacionais.
Depois foi a vez dos Clap Your Hands Say Yeah! subirem ao palco, numa actuação que apenas aquecia quando se ouviam temas do seu primeiro trabalho. Ao cair da noite chegam os Maximo Park, numa actuação energética que apresentou maioritariamente temas do seu ultimo trabalho Our Eartly Pleasure, energia essa que viria e esmoreçer aquando a entrada em palco dos Jesus & Mary Chain, talvez este não fosse o melhor dia para uma banda com este tipo de sonoridade tocar no festival, numa noite que convidava muito mais á dança e á celebração do que a revivalismos.
A noite acabara então ao som dos LCD Soundsystem, que viajaram pelo seu novo Sound Of Silver, passando tambem por temas mais antigos como Daftpunk Is Playing In My House, um electrizante Yeah ou Tribulations. Ás primeiras batidas já o publico se rendera ao som dos LCD que "vedetismos" desnecessários da parte de James Murphy á parte, conseguiram brindar a plateia com um exelente concerto, talvez podendo ser melhorada a parte final onde se pedia algo mais do que balada New York I Love You But You're Bringing Me Down, deixando que os presentes rumassem a casa com um travo de "podia ter sido melhor" na boca.